quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Renascimento.

Romanos 6:2-7 “De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou, porventura, ignorais que todos quantos fomos batizados em Cri
sto Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente também o seremos na semelhança da sua ressurreição; sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado. Pois quem está morto está justificado do pecado.



E eu, morri.
Mais precisamente no último domingo, dia 30 de setembro, às 21:30, na Igreja Batista da Lagoinha. 
Instantaneamente eu nasci de novo, através de um ato, que mudou toda a minha vida espiritual. Eu reconheci publicamente Jesus, outra vez. Fui purificada. 
E para não fugir da rotina, como todas as outras coisas referentes à minha vida, o meu batismo foi diferente. 

Nos meus primeiros 17 anos de vida, crescendo na igreja, com uma família Cristã, nunca tive o interesse em batizar. Sabia que o ato deveria ser espontâneo, não forçado, imposto ou obrigado, mas motivado por minha própria consciência.. Mas eu não poderia ter o desejo no meu coração, de fazer algo que eu achava ser meramente procedimental, por não entender o contexto ou o significado. Se nessa época, sendo uma Cristã fria, eu não me interessava, quando me desviei é que não ia me interessar mesmo. 

Hoje eu olho para atrás e tenho vontade de chorar. Falo com Deus em meus pensamentos que perdi tempo demais longe dele. São anos que não irão voltar. Mas lamentavelmente, eu precisava experimentar do mundo e passar pelas coisas que passei, para realmente conhecer Jesus. Às vezes parece que Deus permite com que nos afastemos dele para conhecer o outro extremo. A experiência no mundo afora só me acarretou uma coisa: o vazio. Algumas pessoas precisam ser chacoalhadas para se despertarem. Do jeito que eu esteva morna, só passando a viver numa extremidade suja para entender e clamar por uma extremidade pura. Com algumas pessoas a vida no mundo não gera nada, resume apenas o mal e a fraqueza humana ao se envolver com ele. Sim, entendo. Mas parece que comigo, até no desvio Deus tinha um propósito. De qualquer jeito, eu anseio por esses anos de volta, aliás, por toda a minha vida na presença de Deus. 


É, só ao voltar e me reconciliar com o Pai eu realmente senti a vontade de me batizar. Mas no começo do processo não foi fácil, o meu caminho representava o meu deserto, um período de intenso tratamento de Deus. Não me sentia parte de igreja nenhuma, como antigamente. Também não tinha nenhum referencial de santidade que pudesse ser um pai ou uma mãe espiritual, um líder, precisamente falando. Queria servir à Deus através das minhas próprias mãos, mas não tinha discernimento, nem sabedoria, nem conhecimento. A minha carne ainda falava mais alto que o Espírito Santo na minha vida. Meu orgulho me afastava das pessoas que eu não gostava. E eu não tinha a menor noção da importância do batismo... Inclusive, a única pessoa que me motivava e até me cobrava isso, era a mamãe. 

Cheguei a tentar. Não obtinha sucesso, toda vez que achava que ia conseguir me batizar em determinada igreja, algo dava errado. Me encontrava de mãos atadas e sem motivação. Deixava "pra lá" de novo. 

Os meses foram se passando, o meu deserto parecia durar o tempo que os judeus levaram para encontrar a terra prometida com Moisés (drama mode on!), e eu me sentia cada vez menor, cada vez mais... desolada. E quanto mais coisas para me desanimar apareciam, mais eu me apegava à Deus. Ciclicamente, eu me sentia menor e menor. Não imaginava que essa sensação já era a transformação em mim através do sobrenatural poder de Deus! É assim que temos que nos sentir mesmo: pequenos! 

Encontrei minha casa: a Igreja Batista da Lagoinha em BH. Um culto onde sentia a presença de Deus e o adorava em Espírito e em verdade. Não em carne nem fingimento. Recebia a palavra como um alimento, mas saía dos cultos com mais e mais fome. Me lembro com tanta nitidez, os cultos eram no tabernáculo, às 21 hrs, e eu desejava que a semana passasse mais rápido para que o domingo chegasse. Ainda no deserto, em solidão, mas pelo menos em casa. Só que o deserto sempre passa. Aliás, nós que sempre passamos pelo deserto. Passar por um e sair dele, não significa que nosso caminho será sempre por estradas agradáveis em zonas de conforto. Eu sei que outros desertos virão. Mas Deus, em sua misericórdia divina, deixou algo chamado EVANGELHO, capaz de transformar qualquer pessoa e conduzi-la por qualquer caminho, mesmo que doloroso. Esse evangelho me alcançou! O poder de Deus me alcançou. Eu sou uma nova criatura. No fim do meu deserto a solidão passou, e o que sobrou foi uma menina mais transparente em processo de transformação.


Uma família, um ministério e uma obra. Deus me proporcionou. Uma nova motivação: purificação e intimidade com Deus. Deus me conduziu. Creio que ele usou pessoas para isso - maravilhosas, diga-se de passagem - e situações. Eu fui motivada, inspirada e intimada a me batizar. E eu pedi por isso. Busquei ajuda, cheguei a incomodar - enchi a paciênciaaa -  o meu pastor - com muito amor - por esse momento. E depois que ele aconteceu, todo o propósito e todo a história se encaixaram no meu coração como peças de um quebra cabeça:


Agora eu sou parte do Reino de Deus. Agora eu declarei para o meu Senhor que eu morri para todos os meus pecados, ao me batizar, e que fui crucificada com Jesus. Nasci de novo, logo, sou nova criatura. Tenho a chance de ser santa. 


Fui alcançada pelo evangelho de Deus, o poder de Deus está em mim. Estou sendo transformada, a cada dia uma sujeira sai e mais santidade entra. 


Meu batismo foi o mais lindo que eu já vi, o momento que mais marcou a minha vida. E eu sei que Deus cuidou de cada detalhe, nada do que aconteceu foi obra do homem. 



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